Impactos na saúde mental e na qualidade de vida da população durante a pandemia

Impactos na saúde mental e na qualidade de vida da população durante a pandemia

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A data de hoje representa um alerta a prevenção ao suicídio, e ao longo do mês as pessoas abordam bastante sobre o assunto. Estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias e até mesmo assédio causado por bullying podem ter um grande impacto na saúde mental de um indivíduo.
Pessoas que se suicidam não querem desistir de suas vidas, mas querem se livrar de suas dores e problemas dos quais não conseguem encontrar uma saída. No entanto, é importante ressaltar o agravamento desses problemas na população desde o início da pandemia.

Como sabemos a pandemia COVID-19 trouxe grandes mudanças no estilo de vida da população mundial. Devido à falta de vacinas ou de um tratamento definitivo para a doença, governos ao redor do mundo adotaram o isolamento social e a quarentena como métodos para controlar a disseminação do vírus.

E infelizmente, se não bastasse o enorme número de mortes e o colapso econômico, a pandemia também está impactando na saúde mental das pessoas.

Quais os reflexos deste isolamento social no campo da saúde mental?

É esperado que ocorra um grande agravamento dos casos de depressão, transtorno de ansiedade e uso de substâncias nos próximos anos e especialistas alertam que o problema ainda não tem sido cuidado como deveria.

De acordo com o presidente da Associação de Psiquiatria, “Nós temos que lembrar que o ser humano é nômade por natureza. Fixar-se em um determinado local ou região é algo relativamente recente, datando mais ou menos de 10 mil anos, com o advento da agricultura. Costumo dizer que a maior punição que o ser humano pode receber é justamente a prisão. Se ele comete um crime, será privado da liberdade de ir e vir. Então, o isolamento social e a quarentena trazem um sofrimento psíquico muito grande, indo contra aquilo que é, digamos, do instinto básico do ser humano de ir e vir e que faz parte da Constituição de países modernos. Junto a isso, temos todas as incertezas ligadas ao que está acontecendo, com muitas informações desencontradas e fake news, e outro aspecto que nunca podemos negligenciar: a crise econômica. Os mais otimistas dizem que passaremos por uma recessão econômica e, para os mais pessimistas, por uma depressão econômica. Questões que aumentam o desemprego e a insegurança sobre o futuro. O somatório disso são mais quadros depressivos, mais quadros ansiosos e, outra coisa muito preocupante que tem sido observada no mundo inteiro, um aumento enorme no consumo de álcool e, possivelmente, de outras drogas”.

Setembro Amarelo é uma oportunidade de ação conjunta de diferentes esferas da sociedade. Ele procura levar conscientização e informação para todas as pessoas, possibilitando os cuidados com a saúde mental e prevenir novos casos de suicídio por meio da educação e uma conversa aberta sobre esse tema.

Falar sobre o assunto é sempre a melhor forma de ajudar. A maioria das pessoas não costuma compartilhar esse tal sentimento. É importante tentar identificar os sinais e não tratar as lamentações da pessoa como “drama” ou “exageros”. O contato inicial é muito importante, mas deve ser feito de forma adequada, e procurar ajuda médica quando a pessoa apresenta comportamentos e pensamentos que possam colocar a sua vida em risco. O tratamento quando acompanhado por um profissional, em conjunto com o apoio familiar e da rede de amigos, pode ajudar o outro a atravessar este período delicado.

“Seja sempre gentil, todas as pessoas que você conhece estão enfrentando batalhas que você não sabe nada a respeito”.

Fonte:

Journal of the American Medical Association (JAMA) – www.jamanetwork.com/journals/jama

Associação Brasileira de Psiquiatria - www.abp.org.br